BOLEIRÊS
A origem das palavras que formaram aos poucos o mais universal de nossos idiomas.
Bicho
Gratificação em dinheiro paga aos jogadores que vencem uma partida ou um campeonato.
Cama-de-gato
Falta na qual o jogador calça com o corpo o adversário, para fazê-lo perder o equilíbrio.
CARTOLA
O chapéu que os ricaços praticavam o futebol nos seus princípios deu origem ao termo e que designa os dirigentes do esporte da atualidade.
CASACA
O campo das relações internacionais, por sua vez, aproximou o futebol da política. Um tanto volúvel em suas alianças, Carlos Emanuel III, rei da Sardenha, trocava as cores da casaca dependendo de quem fosse o aliado da vez: França ou Espanha.
Cavalo paraguaio
Clubes (geralmente sem tradição) que disparam na tabela no início da competição, depois não conseguem manter o ritmo e acabam na classificação intermediária. A expressão teria origem no turfe, quando em 6 de agosto de 1933 foi realizado o primeiro Grande Prêmio Brasil, em que um cavalo chamado Mossoró, do estado de Pernambuco e que teria ascendência paraguaia, contrariando todas as expectativas, arrancou inesperadamente e venceu o páreo.
CHINELINHO
Fingir ou exagerar na gravidade de lesões. aquele jogador, que supostamente contundido, passa a frequentar o centro de treinamento calçando os indefectíveis chinelos de dedo em vez das chuteiras ou tênis. O chinelinho pegou geral e extrapolou as quatro linhas, os estádios e o universo esportivo. Hoje em dia, em muitas regiões do país, tirar férias, entrar de licença médica ou qualquer folga fora da rotina virou “calçar o chinelinho”. É a pátria de chinelos.
CORNETA
Torcedor ou dirigente que tenta influenciar a escalação do time, inspirado pelo boi-corneta, aquele membro do rebanho que, pelo mugido, consegue reunir outros bovinos em torno de si.
Domingada
Quando um beque erra uma bola fácil, diz-se que fez uma “Domingada”. Alusão ao grande beque Domingos da Guia que, apesar de craque, de vez em quando fazia uma.
Drible da vaca
A origem da expressão popular futebolística “drible da vaca” deu-se em partidas de futebol ocorridas em fazendas. Na falta de um campo real, campos improvisados eram utilizados para uma partida de futebol – geralmente, em pastos de gado. Frequentemente, vacas invadiam o gramado improvisado, fazendo com que os jogadores tivessem que se esquivar de seus adversários e dos animais que surgiam. Para desviarem-se dos animais, jogavam a bola para um lado e corriam para o outro, esperando confundir os quadrúpedes. Daí a expressão: “Drible da vaca”, ou seja, jogar a bola para um lado do adversário e correr para o outro, de forma que a bola seja alcançada e a jogada prosseguida.
Folha seca
Chute direto a gol, geralmente com a bola parada, cuja trajetória sofre uma queda súbita, surpreendendo o goleiro. Jogada criada por Didi.
Frango
A origem da palavra “frango” para se referir a uma falha do goleiro não está registrada, mas desconfia-se que a explicação mais coerente seja a de que, ao escapar das mãos do goleiro, a bola parece estar “viva”, como se imitasse o baile que um frango no galinheiro costuma dar em quem tenta capturá-lo.
Gol de Placa
Segundo consta, a expressão “gol de placa” originou-se após uma partida disputada entre Santos e Fluminense, no Maracanã, em 5 de março de 1961, vencida pelos santistas por 3 x 1. No jogo, Pelé marcou um gol tão fantástico que Joelmir Betting, então jornalista esportivo, solicitou ao jornal “O Esporte” que encomendasse uma placa para ser fixada no saguão do estádio, em homenagem ao feito. E o jornalista foi atendido. A partir de então, a expressão entrou para o vocabulário futebolístico como sinônimo de gol bonito.
Gol olímpico
O termo “gol olímpico” surgiu num jogo amistoso entre as seleções da Argentina e do Uruguai, em 2 de outubro de 1924. O autor do gol foi o atacante argentino Cesáreo Onzari e a sua equipe ganhou por dois a um. Os argentinos chamaram o gol de olímpico para ironizar a seleção uruguaia, que havia ganho o torneio da Olimpíada de Paris.
MIGUÉ
Surgiu a partir da contração da expressão “dar uma de Miguel”. Miguel, Provavelmente era Dom Miguel, irmão de Dom Pedro I, que se aproveitou da ausência do irmão mais velho, que estava curtindo uma de imperador no Brasil, para casar com a sobrinha e usurpar o trono português. a prática do migué é amplamente utilizada por Boleiros para evitar cartões (sair de perto e fingir que o negócio não é contigo), reverter laterais (bate rapidinho e segue o jogo) e, claro, fazer cera.
Mala preta
Gratificação que um clube interessado na vitória de um dos times que vão jogar, oferece aos jogadores para um esforço maior. É o chamado suborno branco, ou seja, para que os jogadores se empenhem mais pela vitória.
Morte súbita
Tipo de prorrogação onde quem marcar o primeiro gol vence o jogo; tem o objetivo de encurtar a prorrogação e evitar a decisão por pênaltis.
PEIXE
Romário introduziu o novo termo ao léxico das chuteiras para chamar e identificar parceiros dentro e fora das quatro linhas. A gíria, que já era muito usada pelos cariocas para designar amigos, tem provavelmente origem militar e designava os soldados que eram mais próximos e, por isso, protegidos pelos comandantes.
PeNEIRA
Como o próprio nome diz, nada mais é do que a “peneirada” feita por olheiros e técnicos em busca de talentos que possam brilhar nas quatro linhas. A crueldade está no fato de que nem sempre a peneira está “bem costurada”. Capitão na conquista do penta pela seleção brasileira, o lateral Cafu, foi recusado em 12 peneiras diferentes antes de ser aprovado em um time profissional.
Perna de pau
A expressão surgiu por causa de uma crônica do homem que dá nome ao Maracanã e irmão de Nelson Rodrigues, o jornalista Mário Filho. No texto em questão, publicado em “O Globo” no dia 21 de julho de 1944, ele escreveu: “ A perna que não chutava dava uma impressão desagradável de coisa postiça. Para o homem da arquibancada, era de pau”.
Polivalente
Jogador capaz de atuar em diversas posições. A palavra foi cunhada pelo ex-técnico da Seleção Brasileira Cláudio Coutinho (foto) (1939-81) para definir o tipo de jogador que lhe agradava.
Volante
É uma posição defensiva do meio-campo. Alguns dizem que o termo surgiu por conta de Carlos Martín Volante, mais conhecido apenas como Carlos Volante (Lanús, 11 de novembro de 1910 — Milão, 9 de outubro de 1987). Um treinador e ex-jogador argentino, que atuava como volante. No Brasil, fez sucesso defendendo o Flamengo e comandando Internacional, Vitória e Bahia. Como jogava no meio de campo, a expressão “Volante” se tornou popular definindo a sua posição, e a expressão é utilizada para os jogadores que atuam na mesma posição até os dias atuais, em todo o Brasil.